No dia 27 de Setembro de 2010, uma equipa da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e o Curso Técnico de Gestão do Ambiente da Escola Agrícola Conde S. Bento juntaram-se para recolher e identificar amostras de indicadores biológicos do Rio Ave, com o objectivo de saber o estado da qualidade das águas do Rio e da Ribeira do Matadouro.
O dia começa com a aula de Projectos em Ambiente, no laboratório. Entretanto a equipa da FCUP chega e junta-se a nós. Esta equipa é constituída por um ex-aluno da escola Hugo Flávio e por dois Professores da Faculdade, o Professor Nuno Formigo especializado em Ecologia Aquática e o Professor Barreto Caldas, especialista em Sistemática e Ecologia Vegetal.
Junto ao Rio Ave, o Professor Formigo explica a melhor maneira de apanhar peixes sem os ferir, essa técnica é denominada de Pesca Eléctrica e consiste em aplicar, na água, uma corrente eléctrica contínua, que provoca a imobilização temporária dos animais e facilita assim a sua captura, identificação, pesagem e medição.
Depois da explicação, o Prof. Formigo e o Hugo equipam-se e “lançam-se” na pescaria. A colheita não é muito animadora pois os peixes são muito repetidos e jovens, mas, as surpresas vão aparecendo. No final, concluíram que se encontram mais peixes invasores no Rio e na Ribeira do Matadouro do que autóctones; esta afirmação é a tradução do grande número de Góbios, Lagostins Vermelhos da Louisiana e Perca Sol encontrados; muitos destes seres subaquáticos são responsáveis por perturbações dos ecossistemas aquáticos nacionais.
As notícias não são, no entanto, assim tão más, pois aparece pelo caminho uma enguia, espécie autóctone. Os Peixes são um dos indicadores biológicos que se pode utilizar para se saber a qualidade da água, no entanto não são os mais fiáveis, dado que a sua capacidade de deslocação para outras zonas é grande. O passo seguinte foi dado outra vez pela explicação do Prof. Formigo sobre a importância dos Macro-Invertebrados como indicadores biológicos, eficazes na detecção de poluição. As espécies deste grupo de seres vivos, sem grande mobilidade, indicam pela sua presença o estado das águas que permitem a vida no seu seio. Um terceiro indicador biológico, apresentado pelo Professor Barreto, é as Diatomáceas, micro-algas Bentónicas (fixas ao fundo) ou Plantónicas (livres na água) que vivem no meio aquático; as diatomáceas relevantes como indicadores biológicos são as bentónicas dada a sua reduzida mobilidade.
A utilização a nível Europeu dos Indicadores Biológicos como forma de avaliar a qualidade da água é imposta pela Directiva Quadro da Água o que representa, sem dúvida um ponto positivo a favor da recuperação dos cursos de água poluídos. Este facto é um factor que torna importante que os futuros técnicos do ambiente, conheçam os métodos de trabalho para a recolha destes indicadores de qualidade do meio aquático.
Jovens Repórteres da EPACSB
Jovens Repórteres da EPACSB